Dizia ontem que pensava que, por volta desta idade, já me sentiria diferente. Mais adulto, mais maduro, mas aquilo que é suposto que um homem quase nos cinquenta e pai de 5 filhos seja - que. aliás, nunca percebi mito bem o que seria. Mas sempre esperei pelo click que me identificasse mais com aquele que todas as manhãs vejo do outro lado do espelho.

Pois sim! Ainda na véspera do S. João, enquanto ia, sozinho, a pé, da Ribeira para o Rosário, enquanto via e ouvia as pessoas que andavam de um lado para o outro, enquanto antecipava a festa que iria fazer com os meus daí a pouco, sentia-me pouco mais que um adolescente. Galgava os anos que me separam daquela noite (há já 27 anos!!!!) em que conheci a minha-mais-que-tudo e sentia ainda o frenesim que sentia sempre nesta longa noite quando corria todos os bailaricos da Ribeira até à Foz como se não houvesse amanhã. Poucas horas depois, já num desses bailaricos de bairro, em Miragaia, rodopiávamos os dois ao som de uma valsa miseravelmente tocada por uma banda abaixo de pimba, felicíssimos da vida. Era S. João!

Creio que, apesar de tudo, entre o lado sério e sombrio da vida e o lado sério mas festivo da vida, tenho conseguido escolher este último. Tive a sorte (a Graça de Deus) de ter as pessoas certas à minha volta que sempre me impediram de passar muito tempo a curtir mágoas e sempre me empurraram para o futuro. Quem, como eu, tem filhos, sabe que o futuro é o único caminho e que a fé e a confiança que tanto desejamos que eles encontrem têm em nós as suas raízes profundas.

Marcou-me muito uma frase que ouvi numa qualquer telenovela: "quem vive de passado é museu" (fica melhor com sotaque brasileiro). Não querendo esquecer o meu passado, vivo o presente de peito aberto e sempre apostei muito no futuro.

Até porque o Deus em quem acredito nunca quis saber de onde venho mas para onde quero ir.

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