De uma forma ou de outra, todos tememos a saudade. Sabemos que é bom sinal, sabemos que nos liga aos que amamos, sabemos que nos traz a recordação de momentos, conversas, partilhas que nos visitam regularmente. Mas no fundo ninguém gosta da saudade. Porque a saudade é a presença na ausência, é o mal menor, é o consolo possível face ao desejo do impossível. De boa vontade trocaríamos a presença naqueles que nos marcaram pela presença daqueles que nos marcaram.

Não há saudade sem sofrimento, sem um aperto no coração, sem o desejo quase insano, quase incontrolável, de repetir aquilo que sabemos que é irrepetível.

Já nos disseram muitas vezes que não devemos voltar aos lugares onde já fomos felizes.
Esqueceram foi de dizer que a saudade não tem a ver com lugares mas com as pessoas com quem estivemos nesses lugares, com quem ouvimos uma canção, com quem partilhamos um luar, com quem conversamos barbaridades absolutamente banais ou verdades absolutamente íntimas e profundas, absolutamente nossas.
E que ao longo da vida iremos sempre ter canções e luares e conversas banais e íntimas que nos farão viajar no tempo,que nos farão parecer absolutamente parvos aos olhos de quem não percebe aquele sorriso vindo do nada.


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