Não acredito na culpa dos outros.
Não acredito em inocentes em causa própria.
Acredito em pessoas.

Acredito que somos responsáveis pelo que dizemos e pelo que escolhemos não dizer;
acredito que somos responsáveis pelo que fazemos e pelo que escolhemos não fazer,
acredito que somos responsáveis pelo que escondemos daqueles que amamos, daqueles que nos amam (principalmente daqueles que nos amam!) e até de nós próprios, quando já não reconhecemos aquele que vemos do outro lado do espelho.

Acredito que somos capazes de suster, por tempo indefinido, uma mentira, acreditando piamente nela, indiferentes às evidências, indiferentes à realidade, indiferentes à verdade, apenas porque não podemos mais.
Acredito que nos arranjamos sempre as melhores desculpas, as melhores justificações, os melhores e mais nobres motivos para as nossas falhas, para os nossos fracassos.

Mas acredito, sobretudo, que no final de cada dia, nem que seja por um segundo, nem que seja por distracção, nem que seja por cansaço, nem que seja por omissão, que todas as desculpas, todas as justificações, todos os nobres motivos, se revelam absolutamente inócuos face à inabalável, inalienável e imperdoável certeza da nossa própria responsabilidade.

É (também) por isso que acredito em pessoas.

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