Pelo dicionário chegamos lá. Temos dois caminhos completamente diferentes, completamente dependentes das nossas pequenas escolhas quotidianas. Equilíbrio - Igualdade das forças de dois corpos que obram um contra o outro; Boa inteligência, harmonia.

Vistas assim as coisas, é fácil escolher. Ninguém quer passar a vida numa luta constante, num dirimir de forças que, não chegando a lado nenhum, ainda conduzem à exaustão. Ninguém no seu perfeito juízo se junta a alguém com a intenção de viver permanentemente numa batalha corpo a corpo, ininterrupta, tremendamente desgastante, terrivelmente destruidora. Ninguém se enfia de cabeça num projecto a dois que não tenha como pano de fundo a esperança, tantas vezes desmentida, outras tantas reconstruída, de uma via vivida em harmonia. Apesar de toda a propalada superficialidade, não conheço relação que tenha terminado sem dor. A dor de que tanto fogem, a dor que tanto tentam evitar, a dor que impede de estar de corpo e alma, acaba quase sempre por ser a origem efectiva da própria dor. Como se o medo de fracassar fosse meio caminho para o fracasso. Como se a obsessão de salvaguarda individual fosse caminho todo para nunca se deixar de ser indivíduo. E nada se mistura quando tudo permanece inteiro.

A questão é que o equilíbrio, por definição, não é fácil, permanente, garantido. Muito menos constante. Exige muito. Sempre. E os resultados nunca são definitivos.

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