Nem todos os anos acontece, mas hoje dei comigo a fazer um balanço do ano que agora termina. E aconteceram muitas coisas, este ano. Regressei a Taizé (o meu paraíso na terra) depois de dois longos anos de interregno; fomos todos à Irlanda, numa daquelas viagens familiares que daqui a alguns anos se recordarão com enorme saudade; cumpri o sonho de ir a Santiago de Compostela a pé numa peregrinação memorável tanto pela experiência do encontro como pela excelente companhia; fui a Moçambique com (perdoem-me os outros) o melhor grupo de sempre, o que constituiu uma experiência de missão e de vida absolutamente irrepetível; e, last but not least, ganhei em definitivo uma nova filha com a vinda da Rita cá para casa.

Graças a Deus!

Todas estas viagens, todas estas experiências deixaram marcas. Profundas. De todas elas retenho fundamentalmente olhares e sorrisos e lágrimas e conversas e orações e silêncios e partilhas e cânticos e noites de luar e frio de rachar e calor de morrer e cheiros e alegria e saudades e vida e vida e vida... Tive conversas longas e profundas perante paisagens tão distintas como o norte da Europa e o sul de África, com pessoas tão diferentes quanto podem ser um dinamarquês que não voltarei a ver (em Taizé) ou um africano que não me sai da cabeça. Aprendi por isso muitíssimo ao longo deste ano. Principalmente que, qualquer que seja a nossa circunstância, na essência não somos assim tão diferentes uns dos outros.

E fiz amigos. E criei laços. E reforcei laços. E descobri pessoas, reencontrei outras, e redescobri-me e reencontrei-me noutras ainda.  Chego ao fim deste ano com mais amigos daqueles que nem sempre temos o privilégio de conhecer, de conquistar. Daqueles a quem podemos ligar a meio da noite e sabemos que ficam felizes por estarem lá para nós, por poderem estar connosco, por nos poderem ajudar a crescer. Ganhei por isso mais motivos para me preparar para o encontro, como dizia o Principezinho.
Cativei e fui cativado, amei e fui amado.

Chego ao fim deste ano como gosto de chegar ao fim de cada dia: com a sensação que, feitas as contas, sou um pouco mais do que era quando me levantei. Assim, vale mesmo a pena!

Resta-me agradecer. Porque nada do que fiz teria o menor sentido se o tivesse feito sozinho. Porque nenhum dos lugares por onde passei seria mais que isso, meros lugares como tantos outros, se não estivesse agora recheado de olhares e sorrisos de pessoas absolutamente fantásticas.

Este já passou. Este foi, efetivamente, um ano diferente dos outros. Venha agora outro para que possamos contrariar as expectativas.

Deus seja louvado!


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