Hoje a Pat respondeu afirmativamente. Eu não consigo.
Pelo menos ainda não.

Não tenho ainda claramente definido o que sinto em relação a Moçambique. Ainda ontem falava com uma amiga acerca disso e, conscientemente, não consigo dizer, de caras, que voltaria lá. Tenho, deste lado do mundo, demasiadas coisas que me mantêm agarrado ao quotidiano, demasiados projetos inacabados, demasiadas coisas a fazer, e, ainda e fundamentalmente, demasiadas pessoas que me provocaram enormes saudades e das quais não estou ainda preparado para me voltar a separar.

Sei, contudo, que a questão de fundo não é bem essa. A verdadeira questão é que não sinto necessidade de partir. Adoraria voltar a viver o que juntos vivemos, adoraria voltara a partilhar o que partilhamos e como partilhamos, adoraria voltar a rezar e a chorar e a rir e a brincar com a candura, a inocência e a abertura com que todos o fizemos. Se fosse para isso, certamente que o faria. Só que para que isso acontecesse precisaríamos estar no outro lado do mundo, longe dos nossos, e isso seria um preço demasiado alto para mim, que já vivi tempo suficiente para saber que na vida tudo é novo. Todos os dias. E que nada se repete.

Prefiro agarrar-me ao que tenho. Prefiro a memória daquele extraordinário mês, prefiro a memória  daquelas casas, dos terraços, das noites, das longas conversas ao luar, prefiro a memória daqueles que, daqui e de lá, montaram tenda cá por dentro e volta e meia me vêm revisitar.

Eu gosto da saudade. Aquece-me a alma ;-)


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