O "nós" já se instalou há alguns dias, desde que a data ficou definida. Mesmo nos corredores, quando nos cruzamos, a atitude é outra, o sorriso é outro, também porque a cumplicidade é também outra, agora que foi revivificada.
E como eu gosto disto!

Nestas alturas tenho sempre O Principezinho como companhia: deitei-me ontem a pensar no reencontro, acordei a pensar no reencontro, e mesmo na eucaristia que, coincidentemente, tivemos juntos, já lá estava o reencontro e as trocas tinham ganho um novo sentido.

Esta antecipação do reencontro é o que mais nos tornará uns dos outros. Irá com certeza haver um tempo em que mal nos recordaremos, em que a vida vivida açambarca o presente relegando o passado para o passado, de tão preocupados estaremos em preparar o futuro. Irá haver um tempo em que parece que tudo passou e este "nós" não foi mais que mais um dos imensos grupos que em alguma altura fizeram parte da nossa vida. Irá haver um tempo em que pensaremos que o que passou passou e ficou definitivamente passado.

Mas iremos ter momentos. Sempre. Iremos ter memórias. Sempre. Iremos ter alturas em que fecharemos os olhos e recordaremos aqueles dias como fazendo parte do Top Ten da nossa vida. E agarrados a essas memórias virão olhos e sorrisos e lágrimas e dádivas e entregas e partilhas e corações infindáveis com orações infindáveis e até a saudade daqueles dias em que nos faltavam tudo e todos... excepto o "nós". Porque ninguém vive o que vivemos, ninguém partilha o que partilhamos, ninguém é de alguém como nós fomos de todos sem que se conquiste o privilégio de habitar para sempre algures dentro de cada um de nós. Num lugar apenas nosso.

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