É sempre má ideia quando penso que sou a medida de todas as coisas. Sem o saber, inicio uma querela que me coloca contra o mundo, contra todos os outros, e convenço-me que apenas eu marcho com o passo certo.
E quando dou por mim...

Desde que me lembro que gosto muito de desporto. Qualquer que seja a actividade. Já pratiquei futebol, voleibol atletismo, judo, karaté, natação, musculação, de tudo gostava e em tudo tinha um desempenho mediano, como sempre acontece com quem não se dedica a sério a uma especialidade. Mas era inconcebível para mim que não aproveitasse todos os momentos para "puxar pelo cabedal". Quando me casei causava-me alguma impressão que a minha maisquetudo não estivesse para aí voltada. Mais: que preferia passar esse tempo a mexer na terra, a cuidar de plantas e a enfeitar jarras. E eu insistia que o desporto é que lhe fazia bem. Com o tempo, foi-me fazendo perceber que aquilo que o desporto me dava, ela conseguia-o à sua maneira e que forçá-la a fazer o contrário era reduzi-la a mim.
E percebi que sou a medida de coisa nenhuma.

Vou aprendendo esta lição. Ainda cometo as minhas camelices neste campo. Quando me distraio, ainda me arvoro em descobridor da pólvora seca debaixo de água e falo como se fosse dono da verdade e possuidor da forma certa de fazer todas as coisas. Mas vou caindo em mim com maior frequência e vou aprendendo a concluir que a minha é apenas uma das formas de ver as coisas e nem sempre é a mais correcta.

Nem sequer para mim próprio.


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