20161110
Ainda na semana passada, a propósito de anjos e encontros e vozes de Deus, perguntava como é que sabemos que as voz de quem nos fala vem de Deus ou se estamos a ser endrominados por uma qualquer pessoa com jeito para falinhas mansas. Não importa para aqui a origem da voz. Conheço pessoas da Igreja a quem não daria ouvidos de forma alguma e outras dos bairros que escuto atentamente. Não é uma questão de proveniência, portanto. Também não dou particular interesse à idade ou condição social, que pouco ou nada têm a ver com a sabedoria que procuro. Mas então, como saber? Tivesse eu uma personalidade forte e provavelmente esta questão nem sequer se colocaria. Não que as personalidades fortes não tenham duvidas mas porque encontram sempre forma de lhes responder. Nós, os que se questionam permanentemente, é que temos mais dificuldade. Até porque a cada nova resposta entrevemos rapidamente uma nova questão. Nesse encontro, enquanto ia colocando questões, ocorreu-me que a forma de o sabermos será compararmos a voz que escutamos com a voz de Jesus. Se coincidirem, de alguma forma, na intenção, no conteúdo, na bondade e abertura e espaço, se não for atropelo para o que cada um livremente é, então estaremos no bom caminho. Provavelmente, aquela será mesmo uma voz de Deus. Mas depois temos a verdadeira prova dos nove. Olhando para as pessoas que gravitam aquela voz. Como se sentem? Como se movem? O que as move? Como são os seus olhos? Como é o seu sorriso? Como se comportam quando estão longe?
Os outros são mesmo um bom termómetro para percebermos as pessoas que somos.
E isto, esta semana, assustou-me.
Bastante!
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