O mesmo dia que começa, a mesma manhã gelada e ainda não aquecida pelo mesmo sol da manhã, lindo, o mesmo som do mar, agora furioso, de encontro ás rochas, devidamente matizado pelo arrastar dos seixos e pelo constante grasnar das gaivotas que se revoltam contra o vento que as empurra para onde não querem ir, o mesmo Damien nos ouvidos, arrastando-me consigo: "what i am to you, you do not need", o mesmo estado de espírito, que me é tão familiar, demasiadamente familiar, diria, a mesma vontade de meter meia dúzia de coisas na mochila e arrancar sem destino nem hora marcada "my mother always said life was like a box of chocolates"...

Acompanha-me a sensação que estou exatamente no mesmo lugar de há meses atrás, mas agora com um maior conhecimento, agora com uma maior consciência, agora com uma maior clarividência que, no entanto, nem sei bem se será bem vinda porque nada faço com ela.

De que serve aprender-me se nada faço com o que aprendo?

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