praxes



Tenho quatro filhos na faculdade. Todos começaram por participar nas praxes. Uma das minhas filhas, porque é trabalhadora estudante, não tem tempo para essas coisas. Com muita pena dela. Outra disse que não era vida para ela. Já o esperava: não se sujeita com facilidade a ninguém. Dos que participam ativamente na praxe, a minha filha é quase fanática, e o meu filho nem sei bem, embora desconfie que não ande longe disso. Já não me recordo da imensa quantidade de discussões que tivemos a propósito da praxe. Conhecendo-me e à minha história, não tenho grandes dúvidas que se fosse da idade deles seria um adepto ferrenho da praxe, que seria o primeiro a alinhar nas brincadeiras. Mas não tenho a idade deles e detesto todos os sinais que a praxe transmite. Nada há naquelas atividades, naquela forma de vestir, naquela hierarquia infantilizante que eu aprove. Nada. São incontáveis já as discussões que tivemos lá em casa por causa da praxe. Ainda hoje falamos do assunto com a faca entre os dentes, prontos a dirimir argumentos, e o meu desejo é que os meus filhos não fizessem parte de nada disso. Mas é daquelas coisas: ensinamos aos nossos filhos a responsabilidade da liberdade e não a podemos retirar quando nos convém. Infelizmente!

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