20140131
Não é fácil aceitar o que a vida nos vai dando. À medida que o tempo passa vamo-nos tornando mais refinados nas nossas exigências e convencemo-nos que temos direito àquilo que é pura gratuidade. Talvez por isso Job seja a minha inspiração quotidiana. Quando as coisas correm menos bem, respiro fundo, e tento descortinar algo de positivo por entre a escuridão. E isso tem repercussões.
Recentemente fui preterido por ser demasiado otimista, por gostar e confiar demasiado nas pessoas, por esperar delas sempre o melhor. É verdade. Dos que me rodeiam espero sempre o melhor e quando isso não acontece procuro sempre justificar as suas atitudes, num exercício muito fácil: basta colocar-me no lugar delas e ser o mais verdadeiro possível.
Acredito que a fidelidade a mim próprio, àquilo que eu verdadeiramente sou, me tem aproximado do que tento ser. Curiosamente, é um processo inverso ao que eu pensava que deveria ser o mais natural: primeiro descobriria o que quero ser e só depois caminharia para aí. No entanto, à medida que o tempo passava, eu descobria sempre que estava cada vez mais longe da minha meta. Mesmo sem o perceber na altura, Taizé foi absolutamente decisivo na minha alteração de rota. Ao fim de alguns dias, calada a gritaria interior dos primeiros silêncios forçados exteriormente, pude ir abrindo a porta para me descobrir. Isso, com o tempo, com muito tempo, permitiu que me tenha vindo a revelar-me a mim próprio.
É-me muito importante, esta descoberta de mim. Porque me permite pacificar-me. Permite-me perceber que, afinal, escolho confiar mesmo nas pessoas, que, afinal, escolho mesmo ser otimista, e estou pronto a assumir o que daí advém. É por isso natural que integre de uma forma absolutamente pacífica aquilo que noutros tempos seria entendido como uma rejeição.
Ainda na semana passada, no âmbito de uma palestra sobre a família, me perguntaram se estes anos têm sido compostos apenas por rosas, se não tivemos dificuldades. Sorri, claro. Que mais poderia fazer? Mostrar as marcas dos pregos e da lança aos incrédulos? Para quê? Na realidade, habituados que estamos todos a que todos se queixem de tudo e de todos, por vezes não percebemos que a forma como escolhemos olhar para o que nos acontece é quase sempre mais determinante que o acontecimento em si. E que a forma como acolhemos ou não o que a vida nos vai dando é absolutamente decisiva para a nossa felicidade. Somos nós quem escolhe se o copo está meio cheio ou meio vazio.
Com a passagem do tempo, vou percebendo que o que Job me ensina não é que devemos permanecer fiéis a Deus apesar das provações mas que, para quem encontra em si o lugar onde Deus habita, as provações não passam de acontecimentos passageiros. E que é isso o que nos permite aceitar o que a vida nos vai dando. Com um quase sempre inquietante e incompreendido sorriso nos lábios.
20140130
Walter Mitty é o meu mais recente habitante. E o curioso é que porque, por motivo de trabalho, tive que comparar o meu olhar sobre o filme com outro olhar e apercebi-me que o que víramos, em muitos aspetos, não era coincidente. Acho fantástica a forma como cada um de nós tem a capacidade de extrair das experiências aquilo que mais falta lhe faz para se ir completando aos bocadinhos.
Na semana passa fui a um templo hindu. É sempre um desafio fascinante deparar-me com aquela quantidade de divindades, com aquelas cabeças de elefante e de macaco, com aquelas estátuas com seis e oito braços. No final, um bom amigo que também acompanhou a visita mas não é nada destas coisas da fé, perguntou-me como é possível que alguém, em pleno século XXI, possa entrar naquele templo e não se rir do ridículo daquelas imagens e daquelas estátuas. Eu ri-me e disse-lhe que o bom disto tudo é que no dia anterior tínhamos estado no Museu da Eletricidade e ele parecia um puto numa loja de brinquedos quando teve oportunidade de interagir com as coisas da física. O que o fascina não é o que me fascina mas somos ambos mais ricos porque nos respeitamos e admiramos o suficiente para partilharmos as nossas próprias experiências sem nos rirmos um do outro.
20140129
Nos meus melhores dias, gosto de pensar em mim como um semeador. Se há algo que tenho bem presente na minha vida é a noção que o tempo corre a nosso favor e que as pequenas coisas, quando bem cuidadas, podem dar grandes coisas. Por isso, de tudo aquilo que faço, o que me dá mais gozo é justamente o privilégio de assistir - e por vezes, quando tenho sorte, até participar - ao crescimento interior das pessoas. Vê-las desabrochar, acompanhá-las na sua própria descoberta, tentar mondar a terra, ir ajustando a posição do sol, acompanhar a sua evolução - umas vezes para cima, outras mais de lado - dá-me um sentido e uma perspectiva de vida que me é absolutamente indispensável.
Contudo, não tenho apenas melhores dias. E nos meus piores dias gosto de me descobrir como semente. Que alguns acarinham e cuidam, escolhendo para mim o melhor, que muitas vezes eu próprio não consigo descortinar, dando-me o tempo que preciso e incentivando-me a serenidade que me falta. Nas alturas em que isso acontece eu deixo-me ir, abandono-me àqueles em quem confio, confiando naqueles a quem me abandono, dando graças por poder continuar a germinar sob o olhar atento e cheio de ternura de tão bons cuidadores.
20140127
praxes
Tenho quatro filhos na faculdade. Todos começaram por participar nas praxes. Uma das minhas filhas, porque é trabalhadora estudante, não tem tempo para essas coisas. Com muita pena dela. Outra disse que não era vida para ela. Já o esperava: não se sujeita com facilidade a ninguém. Dos que participam ativamente na praxe, a minha filha é quase fanática, e o meu filho nem sei bem, embora desconfie que não ande longe disso. Já não me recordo da imensa quantidade de discussões que tivemos a propósito da praxe. Conhecendo-me e à minha história, não tenho grandes dúvidas que se fosse da idade deles seria um adepto ferrenho da praxe, que seria o primeiro a alinhar nas brincadeiras. Mas não tenho a idade deles e detesto todos os sinais que a praxe transmite. Nada há naquelas atividades, naquela forma de vestir, naquela hierarquia infantilizante que eu aprove. Nada. São incontáveis já as discussões que tivemos lá em casa por causa da praxe. Ainda hoje falamos do assunto com a faca entre os dentes, prontos a dirimir argumentos, e o meu desejo é que os meus filhos não fizessem parte de nada disso. Mas é daquelas coisas: ensinamos aos nossos filhos a responsabilidade da liberdade e não a podemos retirar quando nos convém. Infelizmente!
20140107
Por vezes há coisas que testemunhei, que escutei de alguém, e depois armam tenda cá por dentro à espera de uma oportunidade de se fazerem vida. Os cinco pães e dois peixes fazem parte desse imenso rol que ainda não consegui tornar realidade. Lembro-me muito vagamente de uma reunião ligada à Pastoral Familiar, ou aos CPM, em que se procurava encontrar uma forma de os casais mais velhos apoiarem os casais mais novos quando eles estivessem em dificuldades. Alguém referiu então que numa paróquia lá para cima a comunidade se organizava nos cinco pães e dois peixes. Cinco casais apoiavam dois na vida quotidiana, cinco famílias apoiavam duas com bens alimentares, cinco jovens apoiavam dois com explicações, cinco escuteiros apoiavam dois idosos nas suas casas... e assim sucessivamente. Ao que parece, essa paróquia encontrou neste número a fórmula certa: dividindo-se a responsabilidade do cuidado por cinco tornava-se menos penoso quer para quem se voluntariava, quer para quem recebia pois não havia aquela pressão tutelar que acontece quando uma pessoa se responsabiliza por outra. Além disso, como tudo era trabalhado em rede, as pessoas sentiam-se envolvidas na comunidade.
Sempre me pareceu uma excelente forma de chegar, efetivamente, aos outros.
Estamos aqui
hoje, todos engalanados, porque, há mais dois mil anos atrás Deus, quis, mais
uma vez, vir ao nosso encontro. Esse Deus, omnipotente que poderia ter
escolhido qualquer outra forma de transformar o mundo, decidiu nascer no meio de
nós, fazer-se menino, pobre entre os pobres, desprotegido entre os
desprotegidos, amparado apenas por aqueles que o amavam contra tudo e contra
todos. Porque seria? Porque é que, de entre todas as possibilidades que o seu
poder lhe permitia, deus decidiu justamente fazer-se um de nós para vir ao
nosso encontro? Se fossemos nós, provavelmente teríamos permanecido sentados no
sofá, na nossa zona do conforto, como agora está na moda dizer-se, e, a partir
do nosso conforto, teríamos debitado meia dúzia de opiniões, teríamos enchido o
mundo de pretensas verdades, teríamos julgado cada um dos que não pensava como
nós, dito que o melhor era fazer isto, ou aquilo … e, naturalmente, porque não teríamos
metido as mãos na massa, nada de especial teria acontecido
Se Deus não tivesse escolhido
nascer menino que depois, tal como todos nós, cresceu e se fez adulto, a Samaritana
nunca teria saciado a sua sede, Zaqueu nunca teria subido á árvore e a mulher
pecadora teria morrido, como tantas outras mulheres, soterrada sob as pedras
lançadas por uma multidão sem consciência dos seus próprios erros. Se Deus não
tivesse escolhido vir ao nosso encontro, nem sequer nós próprios estaríamos
aqui, esta noite, todo engalanados. Até poderíamos, por qualquer disposição
universal, estar juntos, mas não estaríamos certamente a celebrar o amor, a
entrega, o viver para os outros, porque tudo isso (re)descobrimos a partir
daquele menino. Se Deus não tivesse escolhido vir ao nosso encontro nós
próprios não saberíamos ir ao encontro daqueles que temos diante de nós, todos
os dias, sejam eles da Foz, de Ramalde, ou dormitem nas ruas escuras da noite
portuense.
É Deus quem nos diz que temos que
ir ao encontro. E como fazemos isso? Fazendo justamente o que Deus fez:
tornando-nos próximos e por isso, este é um lema muito feliz. Partir ao
encontro do outro, ver nele a fragilidade de um menino que acaba de nascer,
encher-se de deslumbramento e compaixão, é um desafio para cada um de nós. O
Espaço RAIZ, com todas as suas valências, é já uma resposta nossa - a possível nesta
altura - a este desafio que nos é lançado por Deus. E este é um desafio que
exige persistência, temperança e caridade, que, na linguagem de Deus, se traduz
por Amor. Nesse Espaço, que é já uma segunda casa para muitos daqueles que a
escolhem, em vez de outros lugares no Bairro, as nossas crianças, jovens e
velhinhos são desafiados a ir mais longe, a perceber que há mais vida para além
daquela que os circunda no Bairro, que estudar vale a pena, que trabalhar vale
a pena, que manter o seu espaço limpo e ordenado vale a pena, que dizer “por
favor” e “obrigado” vale a pena, que, apesar dos desgaste provocado pelos anos
vividos, vale a pena viver a vida no seu pleno, já a passando a acreditar que
com o seu esforço e empenho poderão conquistar um lugar diferente no mundo, em
vez de ficarem à espera que o futuro se transforme num presente envenenado.
O Espaço RAIZ é feito de
encontros. Encontros de sonhos, encontros de projetos, encontros de pessoas que
precisam de apoio e outras que se querem dar e que em conjunto, descobrem que
afinal, não são assim tão diferentes nos seus anseios mais profundos, na sua
busca de felicidade, pois todos tentamos, por entre os acontecimentos da nossa
vida, a forma mais ou menos eficaz, de sermos felizes. O espaço Raiz foi
sonhado para que possa ser um espaço que possa potenciar uma transformação
estruturante na vida dos que o frequentam de forma. Sinto que ela está a
acontecer. Tenhamos nós a capacidade de,
seguindo o exemplo do menino do presépio, nos fazermos presentes junto dos que
são o seu rosto.
20140106
Duas coisas que li hoje: Eusébio morreu e Gandhi aquando da sua morte, tinha de bens pessoais acumulados durante toda a sua vida, o equivalente a dois dólares.
Desde sempre que tendo a admirar quem consegue ser simples. Particularmente aqueles que tinham tudo para o não ser, porque isto de se ser simples por circunstâncias da vida não causa espanto a ninguém, é uma fatalidade como qualquer outra. No entanto, ter o dinheiro, ter o reconhecimento público, ter o poder para se poder pairar acima dos comuns e escolher não o fazer, é algo divino. Não por acaso, foi justamente essa a forma que Deus escolheu para nascer: fazer-se pequeno.
Ainda ontem, na costumeira confusão do almoço dominical falávamos, em tom de brincadeira, o que faríamos se nos saísse o euromilhões. E a realidade é que manter a sanidade mental nessas alturas deve ser mesmo difícil. Ter à mão de semear uma enorme quantidade de dinheiro deve dar a volta a qualquer um. São muitos os casos conhecidos de pessoas que se transformaram completamente a tal ponto que um acontecimento que tinha tudo para ser positivo se tornou num pretexto para a perdição.
No entanto, gostava de ser testado nessa situação. Só para ver em que tipo de pessoa me transformaria com uns milhões no bolso. Só por isso. Nem era por mis nada.
20140105
“Entre as numerosas
novas situações que exigem a atenção e o compromisso pastoral da Igreja, será
suficiente recordar: os matrimónios mistos ou inter-religiosos; a família
monoparental; a poligamia; os matrimónios combinados, com a consequente problemática
do dote, por vezes entendido como preço de compra da mulher; o sistema das
castas; a cultura do não-comprometimento e da presumível instabilidade do
vínculo; as formas de feminismo hostis à Igreja; os fenómenos migratórios e
reformulação da própria ideia de família; o pluralismo relativista na noção de
matrimónio; a influência dos meios de comunicação sobre a cultura popular na
compreensão do matrimónio e da vida familiar; as tendências de pensamento
subjacentes a propostas legislativas que desvalorizam a permanência e a
fidelidade do pacto matrimonial; o difundir-se do fenómeno das mães de
substituição (“barriga de aluguer”); e as novas interpretações dos direitos
humanos. Mas sobretudo no âmbito mais estritamente eclesial, o enfraquecimento ou
abandono da fé na sacramentalidade do matrimónio e no poder terapêutico da
penitência sacramental.”
“Os desafios
pastorais sobre a família no contexto da evangelização – Documento Preparatório”
Estamos no Natal. Festa do Encontro com o Menino que nasceu numa
manjedoura, pobre entre os pobres, humilde entre os humildes e, ainda assim,
rei entre os reis. Por causa desse Encontro, estamos nesta altura a preparar o
encontro com os nossos, numa azáfama que mistura batatas com bacalhau,
presentes e alegria, muita alegria. A partir do que aconteceu há mais de dois
mil anos com a chegada daquele Menino àquela família, preparamo-nos para
acolher a nossa própria família.
Que família? Sim, que família? Hoje, de que falamos quando
falamos de família? Qual é o nosso conceito atual de família?
As questões que são levantadas pela Igreja no Documento
Preparatório do Sínodo sobre Família e
Evangelização – que circula na internet e do qual é publicado um curto extrato
no início deste texto – são tão pertinentes que não dizem respeito apenas à
Igreja ou aos cristãos, mas deveriam ser de todos, enquanto civilização que se
vai reconstruindo todos os dias. Há bem pouco tempo, se perguntássemos a uma
criança o que é uma família, a sua resposta seria clara: um pai e uma mãe, os filhos,
eventualmente os avós, os primos… Hoje, se colocássemos a mesma questão a uma
criança, a resposta seria bem mais diversa, bem mais confusa, e, sobretudo, bem
menos edificadora. O que nos aconteceu entretanto?
Ao longo dos tempos, a forma como nos construímos em família
é reveladora da forma como nos construímos em Deus. Porque a família é o lugar
onde nos descobrimos, onde descobrimos os outros, onde aprendemos que há mais
alguém para além de nós próprios. É na família que aprendemos a partilhar, que
aprendemos que a alegria de quem recebe compensa largamente a nossa tristeza de
largarmos algo de que gostamos, é onde aprendemos que estar é fundamental, que
nada substitui o encontro dos olhares, a partilha profunda dos sentimentos. É
na família que aprendemos a permanecer custe o que custar, que queremos ficar
quando precisam de nós, ainda que o nosso universo pessoal desabe, que
aprendemos que se ri com todos, que se chora com todos, e descobrimos que rir e
chorar faz parte do que somos enquanto pessoas, enquanto família, enquanto
comunidade. É na família que descobrimos que não somos senhores de coisa
nenhuma e estamos dependentes uns dos outros, que aprendemos a fazer-nos
pequenos para que outros possam ser grandes, e aprendemos a ser grandes para que
os outros possam ser pequenos. É na família que aprendemos o amor, e que, por
amor o “nós” é muito maior que a mera soma dos “eu”.
A nossa essência é o amor. E também esse, como a família, se
configura com a nossa relação com Deus. É por amor que somos criados, é por
amor que somos resgatados, é por amor que todos ansiamos, e acordamos, e
respiramos. Todos os dias! É por amor que fazemos o impensável, que nos
entregamos de olhos fechados, que nos abandonamos, livremente, confiadamente,
nas mãos de quem nos ama. É por amor que somos livres, é no amor que somos livres,
e aprendemos que a liberdade não é uma coisa minha mas nos implica a todos,
depende de todos e em todos tem consequências.
Não é o amor que está a falhar, embora estejamos cada vez
mais tateantes, cada vez mais confusos, e cada vez menos ligados a Deus. É o
compromisso que falha. É a capacidade de sermos para além de nós próprios, dos
nossos desejos e dos nossos caprichos. É a capacidade de ficar, de permanecer
ainda que o nosso mundo desabe. É a capacidade de dizer “escolhi-te porque te
amo; amo-te porque te escolhi.” É aí que estamos a falhar enquanto pessoas,
enquanto famílias, enquanto comunidade. A vontade de ficar porque te amo
transformou-se em liberdade de partir porque me amo. O compromisso contigo
transformou-se em compromisso comigo. Do ser para os outros que nos foi sendo
sabiamente transmitido ao longo de gerações, especializamo-nos em ser para nós
próprios, e o nosso mundo foi-se reduzindo progressivamente ao nosso próprio
umbigo, paradoxalmente o que nos ligava à nossa mãe e, por intermédio dela, á
nossa família.
Por isso, a preocupação com a família não deveria ser uma
inquietação apenas da Igreja mas de todos, enquanto civilização. Porque à
medida que vamos perdendo esse valor que nos foi deixado por herança ao longo
de toda a nossa existência é a nós próprios que nos vamos perdendo, sempre a
troco de coisa nenhuma, de uma felicidade que tem tanto de aparente como de
efémero e vazio. Porque, à medida que nos vamos desligando da Família, vamo-nos
desligando de Deus, e à medida que nos vamos desligando de Deus, vamo-nos
desligando da família, e uns dos outros, e de nós próprios.
Este Natal o presépio deverá reocupar o centro das atenções
nas nossas casas. Assim, quando olharmos para o nosso presépio, quando olharmos
para aquela família que, tal como a nossa, no aparentemente nada afinal era
tudo, tenhamos a coragem de nos interrogarmos profundamente. Quanto de nós se
tem vindo a perder no desvalorizar progressivo da Família de Nazaré? Quanto de
nós se tem vindo a perder nesta ânsia de felicidade a todo o custo? Quanto de
nós se tem vindo a perder no desligar progressivo de Deus?
Deus escolheu nascer no seio de uma família.
Terá sido por mero acaso?Artigo publicado no Jornal Paroquial O Poço, em dezembro de 2013
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