Há coisas que, quando reparo que também acontecem comigo, me deixam profundamente desiludido comigo próprio. Como o preconceito.

Ainda ontem coloquei aqui um post acerca da terceira idade. Hoje, como não poderia deixar de ser, li  aqui: http://aeiou.expresso.pt/os-bons-sentimentos-e-o-que-interessa=f632362 um artigo incomensuravelmente melhor, mais arguto, mais esclarecido, mais consolidado. Mas que à partida tinha um problema, é do Daniel Oliveira, um conceituado homem de esquerda que, aliás, leio sempre que posso.

O meu problema é a hesitação em considerar este um artigo digno de citação. Leio uma vez, leio outra, à procura de falhas e disparidades de opinião que, como não podia deixar de ser, encontro com alguma facilidade. Porque isto é como as Finanças, ou a ASAE: quando queremos encontrar falhas nos outros é impossível não o conseguirmos. A questão é que, tivesse esse mesmo artigo um outro autor, que viesse de uma área de pensamento distinta, mais coincidente com a que penso ser minha, e eu não seria tão exigente na procura da suas conformidade. E isto é mau. Não considerar as coisas ou as pessoas pelo que elas são mas pela sua proveniência, não é bom. Não pode ser bom. Nunca.

Nos meus Dias de Reflexão, digo muitas vezes que uma das coisas que me cativam em Jesus é justamente Ele nunca querer saber de onde vêm as pessoas, o que fizeram até ali, as culpas que carregam. Quando Jesus  as conhece, a Sua única preocupação é a da restauração da sua dignidade enquanto pessoas, é retirar-lhes as etiquetas que elas próprias se colocaram, é reabilitá-las aos olhos dos outros, qualquer que seja a sua proveniência. Fez isso com Madalena, com a Samaritana, com Zaqueu...

Ainda tenho muito que penar!

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