Procuramos sempre o que mais falta nos faz. 

Eu, que vivo mergulhado no "para ontem", detesto viver na sofreguidão. Procuro a calma, a ponderação, o tempo, o ecossistema que torna possível a Ecologia da Escuta (aprendi este conceito recentemente) e me proporcione serenidade. 

Tudo isto me é contra-natura. 

Eu empolgo-me com extraordinária facilidade no que há para fazer. Ainda estamos em equipa a pensar nas coisas e a minha cabeça é já um turbilhão de ideias e projetos e dinâmicas e formas de fazer acontecer aquilo que apenas mal se aflorou. Fico feliz quando olho para o calendário e vejo que consigo encaixar esta ou aquela atividade, ainda que à custa do meu tempo pessoal. E depois, a partir daquele momento, as coisas armam tenda na minha cabeça e acampam, e acredito que devem ter fogueiras e isso tudo, porque me impedem de adormecer ou me acordam a meio da noite, por vezes com soluções para o que me preocupava. E depois, quando chega a altura de fazer, fazer mesmo - o que acontece a partir do minuto em que outra coisa fica feita - essas ideias levantam tenda e arregaçam as mangas e lá vamos nós para a acção. E lá ando eu, a reboque do meu próprio entusiasmo, atrás das minhas próprias ideias, à custa do meu próprio cansaço. 

E depois, paro. E expiro. E escuto. E organizo. E inspiro.

E agradeço a minha vida!

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