O Re da vida é-me absolutamente fundamental. Recomeçar, recuperar, reatar, é-me tão necessário quanto o respirar. Poder fazê-lo por amor, porque me sinto amado, porque sinto que posso, sem perder, foi e é ainda, muitas vezes, o factor decisivo da minha adesão a Cristo. Ter alguém - muitas vezes não é necessário ser Deus, basta mesmo alguém - que me acolhe de braços abertos e sorriso nos lábios e sinceridade no olhar apesar de mim, faz-me sempre sentir a criança que se recolhe nos braços do Pai.
Outra coisa, diferente, muitíssimo diferente, é conceder o Re. Permitir reatar, recuperar, reatar, traz consigo grandes dúvidas, grandes questões, grandes desconfianças. Conhecida a dor, abraço com maior facilidade a desilusão que a alegria, entro em perda, permito que a memória da dor seja a pauta, e descubro-me a dançar ao som do ressentimento: zangado, azedo, amargo. Então, percebo que este meu desejo de recomeçar é próprio da minha humanidade. E que, acolher, por amor, o desejo de recomeçar, é a linguagem deste Deus que me habita. E recomeço-me, e recupero-nos e reato, cá por dentro, a imensidão que nos une.
Feliz, danço ao som da Vida.

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