Vou para retiro. Daqui a pouco. É um desejo de há muitos anos, agora confirmado. Há momentos disse a um amigo que estou assustado. Estou assustado. O tipo de encontro que perspetivo tanto pode dar cascas como casqueiros. Tanto posso vir muito bem como ainda pior. Por isso estou assustado. Não tenho nada a certeza que despir-me perante Deus seja bom quer para mim quer para os que me rodeiam. Não tenho nada a certeza se estou preparado para o fazer, para deixar que Ele me despoje das muitas camadas com que laboriosamente me fui cobrindo e tapando e escondendo. Não tenho nada a certeza se eu gostarei do que está por debaixo das camadas. E ainda menos se os outros gostarão. Ou se estaremos preparados para essas realidades. Mas das duas uma: ou confio suficientemente no amor para o fazer ou então o retiro não será retiro. Mais: ou confio suficientemente no amor de Deus para me despir ou então toda a minha vida mais recente não terá sido vida. Mas esta é justamente a maior dúvida que se me instala cá por dentro: o meu desejo profundo de autenticidade é em função de quê? De quem? Da normalidade? Das expectativas? De quem? Minhas? Dos outros? O que é ser normal? Quero ser normal? Alguma vez serei normal?

Vai ser um longo fim de semana -)

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