Nos meus tempos bons, de alguma serenidade interior, confio. Nos meus tempos maus, de enorme turbulência interior, escolho confiar. Não sem luta, não sem relutância, mas rendido à inevitabilidade da minha crónica insuficiência de ser.
Desta vez teve mesmo que ser. Há já quase dois anos que, confrontado com acontecimentos inesperados e marcantes, uns excelentes outros terríveis, que eu andava às bolandas. À minha maneira. Que é sempre de perda, de cair e levantar, de estender a mão, de "eu resolvo", de oscilação enorme, de perda de referências, de desnorte total. Sobretudo causado pelo "eu resolvo".

Calculo que todos nós gostaríamos de viver sem pressa. De saber saborear o tempo, a vida, o momento. Durante aquele fim de semana, porque não podíamos falar - que bem me dei com o silêncio! - dei comigo a saborear a comida, a mastigar sem pressa, apercebendo-me de cada sabor. Porventura passar-se-ão mais alguns longos tempos até o voltar a fazer, mas apreciei bastante essa coisa aparentemente menor de saborear devidamente cada momento.

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