Pediu-me aquilo que me é, provavelmente, mais difícil de conceder a quem amo: Fronteiras. Limites. Percebi que tinha que me refrear.

Os meus filhos sabem bem o que é ser amado amado por mim. E que não é fácil ser amado por mim. Ainda ontem eu dizia que, por mim, os metia a todos no meu bolso das calças para que os pudesse proteger das agruras da adultez. E não. Não passa quando eles têm vintes e tais, não passa quando já são, efetivamente, adultos, não passa quando ganham o seu próprio ordenado, vivem na sua própria casa. Filho é filho. Qualquer que seja a sua idade. Qualquer que seja o seu género. Qualquer que seja o seu comportamento. Filho é filho. E eu sou o seu pai. 

Sei que não é fácil para quem ama. Sempre o soube. Sempre o senti. E por vezes preciso que me recordem que não é fácil ser amado. Que tenho um jeito adolescente de amar. Inconsciente. Pouco adulto. Muito sonhador. Muito apaixonado. Demasiado apaixonado, porventura, incompatível com o que já deveria ser: um homem de meia idade, sensato e razoável. Demasiado tarde!

Acredito que há, no amor, na forma como amo, uma confiança imensa na vida e no que vale a pena viver. Acredito que apenas assim vale a pena viver. A batalhar por quem se ama (leva tempo... dá trabalho...) a batalhar por deitar e acordar apaixonado (dá trabalho... leva tempo...) batalhar por descortinar maneiras sempre novas de sentir e demonstrar o amor que se sente. E acredito que enquanto acreditar nisto não há meia idade que me agarre. Que quando ela, a idade, chegar, vai ser na sua totalidade. E estarei pronto para a acolher. De braços abertos. E alma cheia!

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