Têm-me dito - e feito sentir - que já não penso noutra coisa, que o meu coração está já bem longe, bem separado do resto do corpo, numa pequena aldeia francesa. Sorrio - desde há muito que me apercebi da inutilidade de tentar desfazer ideias feitas - suspiro, e sigo adiante. É ainda muita coisa que tenho que preparar, que tenho que cuidar, que tenho que trabalhar, antes sequer de incorporar que daqui a poucos dias estarei em Taizé.
Ontem, no RAIZ, uma irmã comentava a correria que tem sido a minha vida, sempre daqui para ali, com vários fins de semana ocupados, com vários jantares familiares em falta, e questionava-se (me) se a família não se ressentia da minha ausência. Não é uma questão nova, esta. Já nos era colocada quando a minha mais-que-tudo ia para as colónias ou para Portalegre ou eu ia para retiros. Quando pudemos, arrastamos os filhos, pequenitos, atrás de nós. Dormiam no chão como nós, participavam nas colónias como nós e estávamos todos juntos em todas as atividades me que podíamos estar juntos. Agora, claro que eles sentem a minha falta, assim como eu sinto a falta deles quando vão a um retiro, ou para Taizé, ou para o Fé e Luz, ou para a Missão País, ou para as mil e uma atividades em que estão metidos porque quem sai aos seus não é de Genebra. Claro que sentimos a falta uns dos outros quando não estamos todos em casa, mas isso não é mau. É sinal que gostamos de estar juntos, de jantar juntos e de vivermos juntos.  Mas, sobretudo, é sinal que quando nos metemos nestas coisas não estamos a fugir de nada nem de ninguém. Que fazemos isto tudo com um forte sentido de entrega aos outros, tirando daí o maior prazer... apesar da falta que nos fazemos.    

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