Não gosto nada da saudade. Seja do que for. Seja de quem for. Numa situação ideal a saudade não existiria: estaria sempre com quem quero estar, na situação em que quero estar, numa renovação constante... e irreal. A saudade faz-me ver o que não está lá, faz-me reler uma e outra vez a mesma coisa, faz-me reviver a mesma situação na ilusória tentativa de voltar, como se não tivesse acontecido nada entre este hiato de tempo. Ainda que regressasse com as mesmas pessoas ao mesmo lugar, era impossível que voltasse a ser a mesma coisa e o mais provável é que fosse tão diferente que seria de certa forma penoso. Provavelmente o melhor que teríamos a fazer seria desligarmo-nos do que aconteceu e viver o que fosse acontecendo.
E no entanto...
Volta e meia bate uma saudade imensa! E contra essa saudade, que vem do fundo mais fundo, não há racionalidade que aguente. Bem me digo que não vale a pena, que o futuro é o caminho, que as escolhas vão sendo progressivamente feitas, no sítio e no lugar onde têm que ser feitas, e que são justamente as escolhas que nos definem e nos diferenciam uns dos outros, mas tem alturas em que a racionalidade não me adianta absolutamente nada, em que é absolutamente impotente.
Ainda ao menos se a lua não aparecesse!

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