Educar o olhar é fundamental.
Estava na hora. Tínhamos tudo combinado, tudo preparado, tudo devidamente sensibilizado. E no entanto, andei pelos corredores, pela sala dos professores, e senti uma certa tristeza. Havia ainda quem passasse completamente ao lado. Quem escolhesse ficara  trabalhar, quem escolhesse não deixar atrasar a matéria para se poder dar a oportunidade de parar e rezar durante 3 minutos. Nada de especial, pensei. Mas afinal não. É especial. Particularmente quando me apercebi que, com a sua atitude, afectava a sua turma, que se veria assim impossibilitada de participar no momento de oração que deveria ser de todos. E fiquei mais triste ainda. Como será possível invertermos as coisas? Como será possível, sem imposições, sem braços de ferro, levar as pessoas a tomarem consciência da importância de estarmos juntos, de rezarmos juntos, de ao menos pararmos juntos para nos darmos tempo, para nos darmos conta da existência uns dos outros? Aprecio muito a liberdade que Deus nos dá para sermos nós próprios a tomarmos as nossas decisões, mas às vezes é difícil!
Ao fundo do corredor ouvi a voz off da oração. Desci as escadas e deixei-me ficar por lá, no patamar. Afinal não estava só. Afinal tinha havido alguém que escolheu parar. Afinal tinha havido alguém que se tinha dado ao trabalho de percorrer alguns metros, descer as escadas, para ganhar esses 3 minutos. Afinal há esperança! Fiquei por lá, feliz, a escutar o que faltava da oração, em profunda sintonia com os que estavam a poucos metros de mim, na sala dos professores, que se tinham deixado ficar a trabalhar. Talvez um dia percebam que estão a deixar de lado a melhor parte. E rezei em boa companhia, e louvei a Deus. Por ter havido quem escolhesse estar com Ele.

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