Li no Público um curtíssimo artigo da Bárbara Reis acerca do nosso Papa, "Um Papa que nos obriga a olhar". http://tribodejacob.blogspot.pt/2013/11/barbara-reis-um-papa-que-nos-obriga.html
Lembrei-me imediatamente de um encontro recente que tive onde se pretendeu que se discutisse a fé, na forma como a celebramos e vivemos. Bastaria aquela foto, aquele recorte de jornal, e teria valido a pena irmos a Fátima.

Na realidade, como cristãos, como pessoas, temos muito a aprender com este Francisco. Continuamos a viver nos mesmos moldes, encarcerados nas nossas realidades fechadas enquanto ele, alegremente, nos indica o caminho a seguir. Ainda há pouco tempo, numa das reuniões em que pensamos a fé, discutíamos a importância da paróquia, a centralidade da paróquia, para que, supostamente, fiquemos unidos à Igreja. Continuamos a não querer ver como a vida hoje se faz de lugares abertos. Continuamos a não querer ver como a comunidade hoje nada tem a ver com a comunidade de há 15 anos atrás. Continuamos a não querer ver como, particularmente os jovens, se sentem uns nos outros em espaços que nada têm a ver com os locais de residência que não são seus mas dos seus pais. E, o mais trágico, é que continuamos a não querer ver como desperdiçados a sua fome de Verdade ao negarmo-nos a ir ao seu encontro, ao persistirmos na tentativa vã de os encarcerar nos nossos próprios moldes mentais.

Francisco, com estes gestos simples, mas não inocentes, porque sabe que serão vistos em todo o mundo, dá-nos pistas e força para que não tenhamos medo de desconstruir o mundo em que vivemos. Aos poucos vou aprendendo com ele que afinal a sua tarefa mais árdua não é desmontar toda a máquina politica da cúria. É outra, porventura bem mais difícil: é incomodar-nos, inquietar-nos, levar-nos a levantar o rabiote para podermos ir ao encontro do nosso tempo.

Porque é aí que os jovens vivem.
Porque é aí que queremos que Cristo viva.

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