Gosto assim. Sem contar, entra-me pela porta dentro, com um enorme sorriso, que apenas a alegria do reencontro pode proporcionar. A conversa solta-se, toma conta do nós, e falamos de coisa nenhuma, típico daqueles que não precisam de bater à porta da intimidade alheia, simplesmente porque esta não está lá. Os limites há muito foram ultrapassados, as janelas - as da alma -  escancaradas, e tudo é terreno conhecido, atempadamente apropriado, sem zonas de segurança, sem zonas de desconforto.

Não são muitas as pessoas com tamanho privilégio. É preciso vida vivida, partilhada, com uma dose qb de sofrimentos e ultrapassagens por dentro e por fora, com algumas dúvidas, com muitas descobertas e redescobertas e vontade e abertura e segurança suficientes para se permitir refazer por dentro a cada conversa, a cada discussão, a cada etapa. E o tempo, o inevitável, inelutável, o Mestre Tempo, a permitir respirar nos entretantos, a potenciar a saudade, a refrescar a memória das coisas boas, a desvalorizar a menos boas, a despertar a fome do reencontro, a permitir que a saudade de lugar à alegria do olhos-nos-olhos.

São muitas as vezes em que acredito que a alegria do encontro - qualquer que seja a forma de amar que está na sua génese - é a única coisa que vale a pena viver. Intensamente!

Comentários

Mensagens populares deste blogue