Por vezes deixamo-nos viver no mundo das sombras, alimentamo-nos de pequenas ilusões confiando que dessa forma o nosso mundo é bem mais seguro e confortável. Face à dificuldade que sentimos em lidar com a incerteza que decorre da liberdade dos outros, apressamo-nos em catalogá-los, em etiquetá-los, em colocá-los nas respectivas prateleiras, de forma a tê-los convenientemente arrumadinhos.

Pura ilusão!

Se há coisa que tenho aprendido nestes últimos tempos é que os outros são sempre uma surpresa. Basta proporcionar-lhes determinadas situações, enquadrá-los com determinados desafios, ligá-los com as pessoas certas que, com maior ou menor dificuldade, a sua verdade vem ao de cima.

O curioso é que esta verdade é muitas vezes desconhecida para o próprio. Porque também nós nos etiquetamos, nos catalogamos e nos refugiamos nos nossos pequenos mundos e nos assustamos com o que poderíamos fazer, limitando-os ao seguro e confortável mas terrivelmente previsível... e pequeno, somos os primeiros a desconfiar das nossas capacidades, a encurtar os nossos limites, a acomodar-nos ao possível.

Ao longo deste ano tenho tido a imensa sorte de assistir a alguns destes (re)nascimentos. Em lugares tão díspares como Taizé, Ermesinde ou no Caminho. Em todos eles - também por causa deles - descubro-me a confiar ainda mais no futuro.

E nas pessoas que me rodeiam.

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