Quando fores convidado para um banquete nupcial, não tomes o primeiro lugar. Pode acontecer que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu; então, aquele que vos convidou a ambos, terá que te dizer: ‘Dá o lugar a este’; e ficarás depois envergonhado, se tiveres de ocupar o último lugar. Por isso, quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar; e quando vier aquele que te convidou, dirá: ‘Amigo, sobe mais para cima’; ficarás então honrado aos olhos dos outros convidados.

Na minha vida, há várias passagens bíblicas que me foram definindo ao longo dos tempos. Esta é uma delas. E uma das mais marcantes. Em várias dimensões.
A primeira, e aquela que será mais evidente para mim, é o de me deixar ficar para o fim. Na realidade, sinto-me sempre mais confortável na sombra que na luz. E quando assumo a luz é sempre no serviço, sempre no "lá tem que ser", porque o que gosto mesmo é de fazer parte de, sem dar nas vistas. Ao longo do ano que passou tive a possibilidade de participar em algumas orações no fundo da Igreja e isso é para mim um privilégio. E isso vem desta passagem. 
Outro aspeto que me liga a esta passagem é o gostar de ser chamado. Provavelmente será por defeito e inconsistência de personalidade, ou devido a mais uma das minhas carências afetivas, mas gosto de me sentir querido, gosto que gostem de mim, e isso é sentível quando me chamam. Normalmente, quando me cruzo com alguém que não vejo há algum tempo, acredito sempre que não se lembra de mim, e gosto quando me reconhecem, ainda que apenas pelo olhar. 
Não é que eu seja intrinsecamente humilde. Tenho dias e ocasiões e momentos e pessoas, como todos nós, mas gosto sempre mais de mim quando consigo se-lo. 
Há uns anos, em Taizé, uma das questões colocadas era que passagem bíblica marca a nossa vida. Na altura, eu não tinha uma declarada, evidente, daquelas que eu sentisse que me identificasse. Agora tenho várias. Algumas que me marcaram, outras com quem me sinto identificado, outras ainda que funcionam como metas a alcançar, como desafios que aceito na tentativa de ir sendo alguém melhor. Ainda que saiamos a perder, é sempre melhor medirmo-nos com a Palavra que com muitas pretensas sabedorias de algibeira que andam por aí. 

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