Cheguei ao CR e logo fui invadido pelo seu cheiro característico a papel e a livros. "O meu Pai tem muitas moradas" vem-me logo à memória. Eu também tenho muitas moradas. Afetivas. Eu também sinto muitas vezes que regresso a casa, apesar de estar em lugares diferentes, mas não novos. São lugares  e pessoas - sim há pessoas que são também minhas moradas - revisitados que reativam memórias, boas memórias, que vão fazendo aquela que é a história da minha vida.
Passei o fim de semana num desses lugares, à beira mar, numa das minhas moradas afetivas, com pessoas que são, elas também, minhas moradas afetivas, a falar e a viver um Deus que é a minha morada. Nada ali me era estranho. Nem sequer aqueles que eu ainda não conhecia e que começaram a fazer caminho e que daqui a uns tempos serão também memórias boas.
Há, no entanto, moradas que não são lugares de passagem, mas de refúgio, de chegar e ficar, de permanecer. São aqueles lugares, aquelas pessoas, onde permitimos que o corpo e a alma repousem, se entreguem, se confiem, onde não precisamos estar vigilantes porque nos sabemos incondicionalmente amados. É aí, a esses lugares, a essas pessoas, que regressamos sempre, porque corpo e alma precisam de regressar sempre, para que possamos verdadeiramente ser. De corpo e alma inteiros.

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