Ontem fiz o meu Ikigai. Ou melhor, comecei, mas não acabei. Pelo menos ainda não. E nesta altura não sei se acabarei. Provavelmente porque vou percebendo, cada vez com maior clareza, que faço o que amo fazer e que, se pudesse escolher uma outra forma de vida, não andaria muito longe disto. Com um outro ritmo, talvez, com uma maior serenidade, com mais algum tempo disponível, mas no essencial nada seria muito diferente.

Hoje, enquanto caminhávamos pelo Parque da Cidade, pensava nisto. Estou mesmo em cima de uma quinzena tempestuosa, que culminará no regresso a Taizé, uma das minhas fontes de serenidade. No entanto, apesar do imenso trabalho, apesar dos convites aceites para dar formações várias, apesar da etapa final do curso, apesar de ter todos os fins de semana ocupados com trabalhos, estou sereno. Porque faço o que amo fazer, porque o faço com sentido, porque finalmente me sinto sobre os trilhos, os meus trilhos.

Serenidade e trabalho e imensidão de coisas para fazer coexistem, assim, pacificamente. Cada um tem o seu momento, cada um tem o seu ritmo próprio, e no entanto dialogam entre si. Serenidade é algo de dentro, trabalho é algo para fora. Há ainda uma imensidão de coisas a melhorar, a aperfeiçoar, mas nessa imensidão que tenho ainda que fazer cá por dentro, nas múltiplas afinações, a completude está presente, e isso facilita tudo. Não são já várias as imagens que se sobrepõem mas pequenos ajustes, a fazer aqui e ali, com tempo, com serenidade, com amor.

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