20190226
Durante anos a fio não soube o que era morrer-me gente. Agora, a sensação é que a morte veio para ficar. Todas as semanas é o pai de alguém, o irmão, a mãe, uma irmã que conhecia bem, o amigo... a morte veio para ficar. Provavelmente faz parte do meu próprio envelhecimento, que acompanha o envelhecimento dos outros, e por isso talvez seja o natural, o expectável. Seja o que for, a morte é para mim sempre uma lição. Sempre. Um alerta. Que pode dar para os dois lados: ou o para quê consumir-me, o que importa é gozar a vida; ou o oposto, para quê a pressa em gozar, o que importa é o sentido último e a memória que deixamos. Que são as questões que me acompanharam desde sempre mas que à medida que o tempo passa o tempo torna mais pertinente. Que fazer da própria vida? Prazer ou dever? Ou o se soubesse que viveria apenas mais seis meses o que faria com o tempo? São questões velhas da humanidade, estas que a morte nas proximidades acicata. Temos que ter os pés bem assentes, saber bem que terrenos pisamos, os que queremos pisar, para lhes conseguir sobreviver. Temos que ter os olhos postos na globalidade do tempo, passado, presente e futuro, e não apenas do nosso tempo mas no daqueles que amamos, para tentar descortinar um sentido compatível com esta permanente sede de vida plena. A morte é uma lição. Sempre. Decisiva na escolha da vida.
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