"Tu não sabes mesmo amar!"
Não sei já se foi bem assim que eu li. Não interessa. Foi assim que ficou. É assim que permanece. Para ser lido e relido e trelido. Para questionar. Me questionar. "Tu não sabes mesmo amar!"

Naquele quatro onde estava só mas longe de me sentir só, esta questão apresentava-se-me várias vezes. Ao longo de um dia são algumas as vezes em que tenho vontade de dizer a alguém que a amo. A propósito de algo que penso, a pretexto de algo que vejo ou oiço, a despropósito de coisa nenhuma, várias vezes tenho a tentação - umas vezes concretizada, imensas não - de enviar uma sms a dizer "amo-te". Apenas isto. "Amo-te" Por vezes quando o faço recebo algumas respostas curiosas. "O que se passa?" "Estás bem?" " O que aconteceu?" Parece que receber uma declaração de amor - romântico ou não - não é válido se não for devidamente acompanhado de uma tese.

"Tu não sabes mesmo amar!"
Naquele quarto perguntei-me se não sei mesmo amar. Como amo? Amo? Uso? Abuso?
Perguntei-me por quem estou eu disposto a dar a minha vida. Por quem dou o peito às balas. Por quem abdico de mim. Por quem não me importo de me adiar. Por quem me ultrapasso e me relego e me deixo para segundas núpcias. Por quem me anulo ou deixo anular. Enumerei até as pessoas por quem por vezes, nos dias bons, faço isso tudo. Então, se eu o faço, ainda que poucas vezes, não saberei eu amar? Mas será isso o saber amar?

Aguardo.

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