Não há dores indizíveis ou amores indizíveis ou solidões e silêncios e alegrias e choros indizíveis. Nenhuma vida interior não pode ser dita de forma bela ou dura ou agreste ou poética. Nenhum arrebatamento não pode ser partilhado por quem leia aqueles que, com mestria, têm o dom e a arte de o colocar em letra.

Quando leio o Fio de Prumo, de HSC, ou as crónicas do Lobo Antunes, particularmente quando são sobre a dor ou a solidão, sinto a sua dor e solidão como se fossem minhas. Escrever assim deve requerer uma clareza de sentimentos e um desassombro ao alcance apenas daqueles que, ou estão já de bem com a vida e não têm nada a perder, ou nunca o estarão... e não têm nada a perder.


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