"Sol na eira e chuva no nabal" é algo que eu digo muitas vezes a muita gente. Sempre me causou alguma impressão que as pessoas quisessem coisas opostas ao mesmo tempo. Ou que não quisessem o negativo que sempre vem agarrado ao positivo de uma questão. Alicerçava-me em Job, para quem não fazia sentido louvar a Deus pelo que de bom acontece na vida e ir logo maldizê-lo ao primeiro desaire. Da mesma forma, acredito ser uma infantilidade acolher apenas o que de bom têm as pessoas e a vida e resmungar quando não gostamos do que ambas nos dão.

Várias vezes nestes últimos tempos foi-me devolvida aquela expressão por várias pessoas. Que, curiosamente, por vezes não sabem da missa a metade mas que, pelos vistos, não têm que a conhecer, tal é a evidência do que vou fazendo.

"Irão chamar-te reparador de brechas e restaurador de ruas destruídas." Descobri este pedaço de Isaías (58, 9-12) em Taizé há dois anos. Na altura foi uma revelação porque me parecia que encaixava como uma luva no que pensava que era e, sobretudo, no que desejava ser. Já não sentia motivo para me fazer acompanhar por Job, a quem recorri mil vezes ao longo da minha vida... e a quem regressei recentemente, como quem regressa a casa de um amigo que nos espera de braços abertos. E pedi-lhe que me ajude, mais uma vez, a restaurar brechas e a reparar ruas.

As minhas.

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