Esta semana tive uma reunião onde falava do que faço. Era uma reunião de trabalho, embora chamar trabalho a um encontro de amigos que procuram, juntos, a melhor maneira de levar Deus aos outros, soe ainda demasiado estranho para mim. E falávamos justamente acerca disso, de como pessoas que fazem o que nós fazemos têm que estar sempre on, nunca desligam, porque não é possível desligar Deus da vida nem a vida de Deus.

Desde há muitos anos que não há nada que veja, sinta ou faça que não tenha o levar Deus aos outros como pano de fundo. Um filme, uma canção, um texto, uma postagem no facebook, tudo tem para mim uma leitura feita a partir do olhar da fé, que pode ser concordante ou contestatária, declara ou inerente, mas que pode e deve ser partilhada. Não me considero nada prosiletista, não comungo nada da ideia que apenas eu marcho com o passo certo, não tenho nada a convicção que os outros estão errados nas suas escolhas de caminhos diferentes dos meus. Mas também, em contrapartida, não me peçam para me esconder e à minha fé porque isso significa que eu tenha que me esconder, e não tenho a mínima disposição para o fazer.

Coisa bem distinta é, no entanto, aspirar sequer a ser paisagem de Deus. Só se for na medida de Zaqueu, do irmão mais velho do Filho Pródigo ou da mulher que esteve prestes a ser apedrejada. Só se for na medida em que confio absolutamente que o meu Deus me permite recomeçar sempre. De peito aberto e cabeça levantada.

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