Ontem, numa das muitas reuniões de avaliação que são comuns nesta altura do ano, foi-nos partilhado um agradecimento ao Fredo: "... foi um elemento imprescindível. A relação e a empatia que criou com os jovens e o exemplo de liderança servidora que demonstrou merecem o nosso sincero agradecimento." Para além do seu sorriso de menino sem jeito enquanto escutava isto, saltou-nos ao ouvido a "liderança servidora" porque define exactamente a forma como ele lida com os miúdos.

Como o conheço há muitos anos, como sei o que não via ele em miúdo e posso compará-lo e aprender todos os dias com o imenso que ele é, o Fredo é um alerta permanente para mim. Prova-me, todos os dias, à saciedade, como não posso ser precipitado nos juízos e como tenho que fazer mais vezes das palavras atos. Sei que, a determinada altura, ele sofreu uma acentuada transformação. Sei também - porque é ele próprio quem o afirma - que o RAIZ lhe deu o terreno e as sementes necessárias para que ele as pudesse fazer germinar. Sei ainda que apenas uma diminuta parte dos miúdos que gravitam em torno do RAIZ têm essa possibilidade, esse anseio, essa força interior que permite transformar o sonho em vida vivida. Mas, se mais resultados não houvesse - e há-os bastantes! - bastar-nos-ia isso para justificar todo o trabalho, todo o empenho, todo o esforço quotidiano que se aplica naquela casa.

No âmbito da atividade que despoletou aqueles agradecimentos, pude testemunhar as constantes manifestações de carinho que miúdos e graúdos lhe dedicavam. E a preocupação constante que ele tinha para com eles. Nunca o vi a colocar-se em bicos de pés. nunca o vi a reivindicar qualquer tipo de autoridade, nunca o vi a pedir qualquer privilégio. Vi-o sempre atento a cada um, a fazer sentir a cada um que tinha toda a sua atenção, a falar a cada um com todo o respeito e dedicação, mesmo quando o estava a repreender.

Sei que o Fredo me tem também como inspiração e modelo. Como eu o tenho. Já o dissemos mutuamente, olhos nos olhos, com a sinceridade, a amizade e a confiança de quem se caminha há muitos anos e sabe por isso que apenas a verdade é natural. E permitida. E isso é o mais fantástico de tudo. Chegamos ambos a um ponto em que apenas podemos aprender um do outro. E isso é um enorme privilégio. E responsabilidade. E medo, confesso. Mas é esse privilégio, essa responsabilidade e esse medo permanente de defraudar expectativas que nos permite continuar a crescer. Na companhia um do outro.

Deus seja louvado!

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