20140626
Ontem fiquei a meio do post. Fui surpreendido pela visita de duas pessoas importantes que roubaram tempo ao tempo para me virem dar os parabéns. Olhos nos olhos e sorriso nos lábios. Esta tem sido a maior das novidades dos meus últimos aniversários: muitos amigos que, da forma como podem - benditas tecnologias! - fazem questão de me fazerem sentir que estão comigo neste dia. Confesso que é algo a que não estava habituado. E que é delicioso!
De longe a longe sou assaltado pela infantilidade da calimerice aguda. Passa-me rápido mas quando ataca sinto-me a mais miserável das pessoas à face da terra. Naturalmente, não escapo ao desejo profundo que todos temos de sermos reconhecidos. Talvez a maior das necessidades afetivas comuns: precisamos de quem testemunhe e valoriza a nossa vida, a nossa presença. Por vezes há amores que acabam e amizades que são interrompidas sem que ninguém perceba porquê. E quase sempre é porque faltou essa, mais que vontade, essa necessidade de estar com, de caminhar com, de partilhar e testemunhar a presença, a esperança, o choro e o riso.
Volta e meia ando demasiado absorvido pela superfície para me aperceber da importância que essa presença tem na minha vida. Ontem foi dia de mergulho. Imensas mensagens de parabéns, imensos abraços e beijos, imensas distâncias encurtadas, imensas presenças e recordações, e alegrias das memórias partilhadas. Depois, à noite, os meus mais que tudo na vida reunidos à volta da mesa, como eu tanto gosto! E como a minha mais que tudo sabe que eu tanto gosto! Amar é também isso: saber o que o outro gosta, saber o que ele precisa e torna-lo possível.
Ontem, Graças a Deus e aos que me rodeiam, senti-me verdadeiramente amado.
Não podia desejar melhor prenda de aniversário.
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