"É engraçado! Porque fala sempre dos livros de uma forma esquisita? Mastigar as palavras, saborear as histórias, viajar pelos livros..."

Isto foi-me dito hoje mesmo no Clube de Leitura, por uma miúda do sexto ano e deu-me um gozo enorme. No Clube temos enveredado por uma série de caminhos que eles normalmente não percorrem: elaborar pistas secretas a partir de um texto de uma revista, visitar a feira do livro só para observar a forma como as pessoas escolhem (ou não) os livros, enviar-me uma notícia que tenham lido no primeiro dia deste ano, tudo serve de pretexto para os tentar agarrar à leitura, para os fazer sentir que ler é bem mais que somar letras e palavras e páginas.

Respondi-lhe que assim como a comida vem para dentro de nós para nos dar energia, um livro bem mastigado, bem saboreado, sem ser lido à pressa, vem para dentro de nós para nos ajudar a ser o que somos. São conceitos que eles não aprendem nas aulas, com muita pena dos meus colegas professores, que têm que dar a parte chata (mas fundamental) da matéria. Eu aproveito a ausência de obrigatoriedade para que eles possam encontrar nos livros os amigos que ainda hoje me acompanham. É (apenas) um dos (muitos) privilégios do meu trabalho.

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