20240806

"We tell our stories because all of us have survived something, because stories are signposts from the past that give us clues about the future."

https://cac.org/daily-meditations/listening-to-the-stories/

Para mim, no silêncio e na solidão, não há história mais importante e decisiva que a da minha vida. Nem mais intransmissível. Provavelmente porque nem a leitura que faço do meu passado é definitiva. Aliás, é tudo menos definitiva. É feita sobretudo de perceções sobre acontecimentos, relevando uns e desvalorizando outros mediante a dor ou a alegria que provocaram, assim mesmo, nesta ordem. Mas é também feita das leituras sucessivas que vou fazendo à medida que vou vivendo, que vou envelhecendo, que me vou apropriando dos ensinamentos que a vida me vai proporcionando e me permitem deitar olhares sobre o meu passado, iluminando-os de maneira diferente. Sim, há alguns factos, alguns acontecimentos que vejo clara e distintamente e outros que estão permanentemente envoltos naquela névoa que apenas permite o vislumbramento dos vultos. E estes são os decisivos, os marcantes, os que me visitam o sono e dominam o sonho, recorrentemente. Estes são aqueles cuja explicação eu procuro, em vão, acabando a gaguejar ainda mais que o costume quando os tento transformar em palavras, em algo que possa ser minimamente inteligível para mim e transmissível para os outros. Estes são aqueles que, invariavelmente, acabo por calar pela falta de racionalidade e excesso de sentido. Estes são aqueles que permanecem, constantemente sucessivamente, inapelavelmente, cuja clareza eu procuro.

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