Uma das coisas boas de se ter muitos filhos é que podemos comprovar, com o coração, como as pessoas são diferentes. E o que faz dela quem são não são compartimentos estanques.

Uma delas conversava comigo um dia destes e, face a alguma circunstancial indefinição, sentia necessidade de voltar a redefinir algumas prioridades. Como nas suas inquietações é muito parecida comigo, eu sabia perfeitamente do que estava ela a falar. e sugeri-lhe que pegasse numa folha de papel e escrevesse o que a preocupava, esquematicamente, por forma a ser mais clara a resolução. Que normalmente é mais simples do que pensamos ser.

Hoje de manhã estava justamente a pensar nessa nossa conversa enquanto prosseguia com a minha rotina matinal, encantado da vida. Os meus filhos acham piada aos meus passos que são, quase invariavelmente, os mesmos todas as manhãs. Tenho as coisas no mesmo sítio, faço as coisas pela mesma ordem, e quando falta alguma delas ajusto-me sem dificuldade mas com alguma sensação de perda. Talvez encontre na previsibilidade da rotina a segurança que preciso sempre ter para avançar. Como corpo e alma são, frequentemente, coisas distintas em mim, talvez a rotina do corpóreo seja necessária para que a alma se possa aventurar. Sobretudo porque sabe que pode sempre voltar.

Nunca tinha pensado nisto!

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