Esta data, 5 de setembro, é, hoje, muito especial para mim. E para todos os que me amam.

Na minha vida, como acredito que em todas as vidas, há momentos de viragem, momentos decisivos, que decorrem de decisões tomadas, no meu caso quase sempre por impulso, por arder de coração. Há treze anos foi isso que aconteceu, começava, efetivamente, uma nova vida: fui para o Colégio.
Vinha de uma profissão que me devastara a todos os níveis. Em poucos anos passara do sonho ao pesadelo, com repercussões muito sérias, que ainda hoje se vão revelando, como a lava que nunca descansa sob a crosta. Naquelas que são as mais importantes dimensões da minha vida: a minha família, a minha fé e, naturalmente, eu próprio, nada ficou por revolver, nada ficou incólume, nada permaneceu como era antes. Por minha causa, por minha culpa, todos conhecemos a dor do fracasso. Sei o que é acordar, depois de um pesadelo, e desejar voltar a adormecer para não ter que viver o pesadelo da realidade. E sei o que é desejar nunca mais ter que acordar.
Foi naquele estado de profunda devastação que fui acolhido, mais que na minha nova profissão, no meu novo lugar. Aí, paulatinamente, com a ajuda de imensos, fui recuperando o que perdera, fui serenando, fui descobrindo o que nunca soubera meu. Passei do pesadelo ao sonho, do detestar as tardes de domingo ao acordar feliz da segunda feira, voltei a cantar de manhã, a sair feliz de casa, a regressar ainda mais feliz a casa. Renasci. Como pessoa, como homem, como pai, como marido, como profissional, como amigo... como cristão.
Não acredito que sejamos apenas aquilo que fazemos. Não é a profissão que nos define. Quando calha bem e temos muita sorte, se calhar somos nós que definimos um bocadinho a profissão. Mas para que isso aconteça temos necessariamente que estar de bem com Deus, com os que nos amam, com os que nos rodeiam...  connosco próprios, que, no meu caso, é sempre a última e a mais difícil das batalhas. Que jamais, teria sequer a capacidade ou a coragem de travar sozinho.
O Colégio, o Instituto, as pessoas que aí dedicam os seus dias, são, também por isso, parte da família. Sabemos todos, cá em casa, como nos é importante, como nos serviu de impulsionador, como nos serve de plataforma para que, hoje, possamos com verdade dizer que somos felizes. Não é a base sobre a qual assenta a nossa felicidade, que essa tem outros nomes: partilha, cumplicidade, reconhecimento, caminho, fé, família; mas foi, é, e acredito que será, impulsionadora de vida, da nossa vida, do nosso presente e futuro, uma bênção que Deus colocou no nosso caminho.
Hoje é um dia importante para mim. E para todos nós, cá de casa. 

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