rasgo-me. e arrependo-me. volto a rasgar-me. e a arrepender-me. não porque  tenha um melhor retrato. apenas porque não tenho outro. e este, com todos os remendos, continua a ser o único que tenho. não me custam os remendos passados. prefiro-os à fantasia de uma perfeição que nunca me atraiu por aí além. e são a minha história. ou as minhas histórias. e a dos meus fracassos. e a dos sucessos que sempre lhes seguiram. o que me custam são os remendos novos, ou os novos rasgares. que implicam remendos novos. e às tantas não há retrato que resista. até porque há partes de mim que eu já nem sei se me pertenciam ou se foram emprestadadas por outros. que me remendaram, quando me remendaram, com pedaços seus. eles, mais pobres de pedaços. eu, mais remendado. mais rico de pedaços mas mais remendado. cada vez mias remendado.

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