20121010
Lentamente, como quem não quer a coisa, vai-se reinstalando a necessidade de escrever. Vou aprendendo com o tempo a irrelevância da vontade nestas coisas da minha escrita. Não adianta nada sentar-me ao computador, não adianta nada puxar pela cabeça, não adianta nada pensar que "já não escrevo nada há tanto tempo!" para que as coisas funcionem. A minha excrita vive muito de sensações, de procuras e desejos, e, fundamentalmente, de necessidades. Há alturas em que tenho mesmo de escrever, nem que seja sarrabiscando numa qualquer folha de papel. Noutras, porém, o tempo é outro, é de busca, de recolha, de ler, ler, ler, ver, ver, ver, preparar e voltar a preparar, delinear e projetar. Nestas alturas funciono como uma esponja, como um esfomeado que tudo recolhe para comer, sem qualquer critério, onde tudo o que vem à rede é peixe. Depois, já cheio, enfartado, começo a sentir necessidade de processar, de escolher, de separar o trigo do joio para ficar com aquilo que realmente vale a pena.
Lentamente, como quem não quer a coisa, esse tempo vai chegando. Ainda bem. Não gosto da sofreguidão de viver. Gosto muito mais da reflexão. É a minha praia.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Bambora
Não é estranho que nos digam que «ser homem é muitas vezes uma experiência de frustração». Mas não é essa toda a verdade. Apesar de todos ...
-
Gosto dos Jogos Olímpicos. Desde miúdo que me fascinava a capacidade destes super homens e mulheres capazes de desafiar os limites com uma f...
-
Chegou aqui a pedido institucional. Dez anos, e a vida já num emaranhado de complicações: maus tratos, impedimento judicial de aproximação d...
-
Ainda me espanto! Perante o desafio de pensar num adulto que tenha sido significativo na minha infância e adolescência - no sentido de me te...
Sem comentários:
Enviar um comentário