Nunca fui homem para grandes cálculos. Perante as coisas mais importantes, simplesmente fecho os olhos e deixo-me ir, não sem alguma preocupação, mas com muita confiança. Claro que não sou diferente de ninguém, claro que tenho medo que as coisas corram mal - e às vezes corre mesmo mal - mas sempre fui mais de acolher e trabalhar com o que a vida me vai dando que de correr atrás dela.

Acredito há muitos anos que somos tão mais felizes quanto melhor nos conhecermos e conseguirmos encontrar a nossa própria maneira de ser e de fazer. Fui descobrindo que sou muito mais feliz - e melhor - a cumprir planos que a delineá-los, a confiar em quem saiba mandar e coordenar, que a cumplicidade me é muito característica e que por isso visto com facilidade uma camisola e por ela me esfalfo alegremente e sem contabilização de custos pessoais. Que me envolvo muito nas coisas, que as faço por puro gozo e tenho alguma dificuldade em distinguir o que é trabalho do que é lazer e por isso , e normalmente não estou nada preocupado com o destino da viagem mas empenhado em desfrutar da viagem. E que não é preciso muito para que me deite todos os dias mais ou menos feliz porque o meu dia valeu a pena.

Evidentemente, tudo isto me torna pouco autónomo. Costumo dizer a uma das minhas filhas - igualzinha a mim - que somos como os barcos com motor fora de bordo. E não há mal nenhum nisso. Temos é que ter um especial cuidado em nos rodearmos das pessoas certas.

E nisso tenho tido muita sorte

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