Tenho, não o hábito, mas o propósito, de rezar todos os dias. Para além de fazer parte do que faço - toda a minha vida profissional gira em torno de Deus - faz parte do que sou - toda a minha vida acontece, efetivamente, com Deus dentro. Rezar é-me, por isso, tão natural quanto respirar. No entanto, há dias em que sinto uma imensa saudade de rezar! A verdade é que os dias se vão sucedendo uns aos outros, as pequenas questões, os pequenos trabalhos, o pequeno quotidiano vai avançando, e eu vou saltando pelos dias, com a leveza de um hipopótamos, de nenúfar em nenúfar, tentando manter o equilíbrio impossível, dando-me por satisfeito por chegar ao final do dia vivo e, ainda por cima, satisfeito com o mínimo de eficácia conseguido. E sinto imensa falta da paragem, do nosso mútuo diálogo interior, na serenidade, no encontro profundo, na mútua redescoberta. Sinto a falta do clima interior de Taizé, daquele ritual de chegada à capela, do meu destapar - tiro o gorro, o cachecol, dispo o casaco, descalço as botas e estou pronto para acolher o Senhor - que é preenchido pela oração. Não é que precise de Taizé para o fazer; é que preciso de parar e de me destapar para o fazer. É outra coisa. É diferente. E preciso de ler. De parar para ler. De serenar para ler. E de ler para serenar. Preciso de um novo ritual. De um outro ritual, Que possa dar o devido espaço ao silêncio, ao recolhimento, à leitura, à oração.
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Bambora
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