Empanquei logo na página sete, na aceitação serena dos limites como segredo profunda da amizade profunda. Depois disto, que li já lá vão dois dias, não consegui ler mais. A aceitação serena dos limites! Não foi agora que lá cheguei, com este trecho, mas fico sempre muito feliz quando vejo esparramado numa página a confirmação do que vida já se encarregou de me demonstrar. Na amizade profunda há uma partilha do ser, tal como é, sem subterfúgios, sem nada na manga, em joguinhos. É muito o WYSIWUG (o que vês é o que tens), típico da informática dos primeiros tempos, que não vivia tão embrulhada na fantasia. E eu gosto disso. Gosto de não ter que me preocupar com o que se diz ou pensa, explorando os limites de cada um, descobrindo os limites de cada um. Gosto da abertura, da possibilidade de corrigir e ser corrigido sem aquele medo de ficar acorrentado ao que foi dito. Porque isso é o que separa a amizade profunda: um On e Off que pode ser feito a qualquer momento, mas que, por escolha própria, sem qualquer constrangimento de espécie alguma, se escolhe não fazer. A amizade profunda tem que ter asas, tem que ter espaço, tem que ter autonomia, tem que dar lugar à certeza da autonomia da vontade de estar.
Por isso a lua
Por isso o salivar
Por isso a presença constante (mas serena) da ausência

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