Voltamos a conversar acerca deste buraco, hoje. Mais uma vez, fica a sensação que não me fiz entender. Não há maneira de o fazer. Como posso falar destes buracos a quem nunca os sentiu, nunca lhe pôs a vista em cima, nunca fez parte da sua realidade? Como falar de incompletude a quem se sente completo? Não é possível. Mas também não é possível, ou desejável sequer, tapar esse buraco. Mais vale assumir a sua presença, perceber que está lá, permanentemente lá, e viver com isso, tendo o cuidado de o contornar, tendo a sensatez de lhe encontrar a corda ou as escadas ou pelo menos a mão disponível quando lá se cai. Assim será com os buracos da nossa vida: de nada adianta varrê-los para debaixo do tapete, torná-los omnipresentes de tanto se forçar o seu desaparecimento. Porque o buraco é também parte do que somos. E uma importante parte.
20221017
20221010
Já tinha imensas saudades! Este fim de semana voltamos a ter Encontro Nacional do ComTigo. Cheguei lá a ir buscar energia ao fundo de mim porque a semana tina sido uma verdadeira loucura. Como acredito que acontece muitas vezes a quem é educador, vesti o sorriso na esperança que com ele pudesse contagiar quem tinha diante de mim, que sabia estarem cheios de expectativa da boa. Nestas coisas, ou são conquistados nos primeiros 15 minutos ou dificilmente vão lá das pernas, por isso dou couro e cabelo nesse curto período, sabendo que depois a coisa entra em modo de gestão. Então, nesse momento, ninguém canta mais alto, ninguém dança mais escangalhado, ninguém tem o sorriso mais aberto que o meu. Depois é ir. Depois foi deixar ir, deixar fluir, ficarmos permeáveis à alegria e à energia que nos rodeia, permitindo-nos invadir pelo elixir da juventude. E foi tão bom! Cheguei ao fim rebentado, com a cabeça a estoirar de cansaço, mas chegamos todos felizes. E quando é assim, vale bem a pena. Como valeu bem a pena! Foi mesmo bom. Já tinha imensas saudades!
Bambora
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