20160720
Disse que tinha que ir abandonando os pontos de interrogação.
Surpreendi-me quando verifiquei que conseguia meter toda a minha vida numa pequena colagem de frases e imagens escolhidas quase ao acaso. Não acredito muito em acasos. Acredito com maior facilidade em milagres e, particularmente, em sinais de Deus. Os acasos acontecem quando andamos à procura deles e estamos atentos aos sinais. Parece que as coisas caem no nosso colo vindas do nada quando, na realidade, estiveram sempre lá e apenas lhes demos um outro sentido. Ter, diante de mim, aquele pequeno cartaz com frases e imagens recortadas a partir de duas ou três revistas e ver aí tudo o que me é verdadeiramente importante foi pouco menos que uma revelação. Principalmente quando elevei o olhar e me comparei com outras colagens e escutei as suas explicações. Creio que foi a primeira vez que tive a sensação que eu estaria mais arrumado que confuso, mais assente que navegante, mas convicto que inseguro.
Tens que ir abandonando os pontos de interrogação. E passar ao ponto final seguido do de exclamação.
Não sei se o consigo. Muito menos se o quero. Sempre me dei bem na dúvida, na interrogação constante, na procura incessante, que e fez sempre ir mais além. Claro que tenho momentos em que que mais desejo é um pouco mais de certezas, mas, no geral, é na dúvida que sinto que pertenço. É a questionar tudo, a refazer tudo, a desmontar para voltar a montar, peça por peça, mesmo que a sua aparência final seja exatamente igual à que a antecedia.
Será que me quero deixar de questionar? Será que me quero acomodar? Será que estou preparado para passar do "quem sou eu?" para o "este sou eu.!"?
Não me parece! Se algum dia isso acontecer, terá que acontecer porque não sinta necessidade de procurar. Até aí...
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Bambora
Não é estranho que nos digam que «ser homem é muitas vezes uma experiência de frustração». Mas não é essa toda a verdade. Apesar de todos ...
-
Somos bons a colocar etiquetas, a catalogar pessoas, a encaixá-las em classes e subclasses organizando-as segundo aspetos que não têm em c...
-
"Guarda: «Temos menos sacerdotes e, por isso, precisamos de valorizar, cada vez mais, os diferentes ministérios e serviços laicais nas ...
-
Sou contra o aborto. Ponto. Sou-o desde sempre. A base da minha posição é simples: acredito que a vida começa com a conceção. Logo, não é lí...
Sem comentários:
Enviar um comentário