Disse que tinha que ir abandonando os pontos de interrogação.

Surpreendi-me quando verifiquei que conseguia meter toda a minha vida numa pequena colagem de frases e imagens escolhidas quase ao acaso. Não acredito muito em acasos. Acredito com maior facilidade em milagres e, particularmente, em sinais de Deus. Os acasos acontecem quando andamos à procura deles e estamos atentos aos sinais. Parece que as coisas caem no nosso colo vindas do nada quando, na realidade, estiveram sempre lá e apenas lhes demos um outro sentido. Ter, diante de mim, aquele pequeno cartaz com frases e imagens recortadas a partir de duas ou três revistas e ver aí tudo o que me é verdadeiramente importante foi pouco menos que uma revelação. Principalmente quando elevei o olhar e me comparei com outras colagens e escutei as suas explicações. Creio que foi a primeira vez que tive a sensação que eu estaria mais arrumado que confuso, mais assente que navegante, mas convicto que inseguro.

Tens que ir abandonando os pontos de interrogação. E passar ao ponto final seguido do de exclamação.

Não sei se o consigo. Muito menos se o quero. Sempre me dei bem na dúvida, na interrogação constante, na procura incessante, que e fez sempre ir mais além. Claro que tenho momentos em que  que mais desejo é um pouco mais de certezas, mas, no geral, é na dúvida que sinto que pertenço. É a questionar tudo, a refazer tudo, a desmontar para voltar a montar, peça por peça, mesmo que a sua aparência final seja exatamente igual à que a antecedia.

Será que me quero deixar de questionar? Será que me quero acomodar? Será que estou preparado para passar do "quem sou eu?" para o "este sou eu.!"?

Não me parece! Se algum dia isso acontecer, terá que acontecer porque não sinta necessidade de procurar. Até aí...

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