Aos pouquinhos, muito lentamente, ansiosamente (no meu caso), vou fazendo com que a vida volte ao seu estado normal, a ter um pouco mais de ritmo, de azáfama.

Eu gosto das férias. Pelo menos dos primeiros cinco dias. Depois a coisa já começa a ficar complicada. Não sei bem o que fazer e organizo tudo o que há a organizar, antecipo movimentos, faço esquemas e mais esquemas, arrumo a casa (ou seja, o meu computador) e leio e vejo o que noutras alturas não tenho tempo para ver ou ler. E olho para o relógio e ainda é manhã.

Naturalmente, quando partilho isto com alguém, olham-me de lado. Então se o fizer cá em casa a primeira coisa que me perguntam é se gosto assim tão pouco de estar com os meus, se preciso de me refugiar no trabalho. Mas na primeira oportunidade são eles a reivindicarem o seu próprio espaço e ao seu desejo de sair com os amigos.

Mas a questão não é essa. Eu adoro os meus, todos os dias, não apenas nos dias de férias. Mas a verdade é que ao fim de 15 dias já estamos todos um bocado fartos uns dos outros e ansiosos por rever os nossos amigos e voltarmos às nossas rotinas. Será pouco politicamente correto dizer isto mas, pelo menos cá em casa, é a verdade. Se não jantarmos juntos dois dias seguidos parece que a casa está demasiado vazia, mas também temos alturas em que valorizamos um pouco de espaço entre nós. Não creio que haja algo de negativo nisto. Acredito que amar tem muito mais a ver com disponibilidade que com omnipresença, muito menos quando essa presença é uma espécie de imposição, ainda que meramente tácita.


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