Sentar e conversar. Nem sempre resulta. Aliás, é um processo, um caminho com várias etapas, sendo que apenas resulta no final. Mas até chegarmos lá, sentamos e conversamos várias vezes. Portanto, não é propriamente o sentar e conversar mas o conversarmos sentados. Uma das minhas experiências mais marcantes em Quelimane, Moçambique - é uma das maiores aprendizagens - teve justamente a ver com isso: sempre que chegava a casa de alguém eram colocadas duas cadeiras debaixo de uma árvore. Por muito que eu dissesse que iria ser rápido, insistiam sempre para que sentássemos. Mais tarde aprendi que era um sinal de respeito, que significava que eu era tão importante que me concediam o seu tempo. Sentar e conversar. Até hoje, sempre que consegui dar início a esse processo, com tempo, com calma e olhos nos olhos, nunca terminou mal. Houve alturas em que concordamos, houve alturas em que continuamos discordantes, mas acabamos sempre mais próximos um do outro e, sobretudo, respeitando-nos e admirando-nos mutuamente. E esse é o verdadeiro caminho, não o concordarmos, mas o aproximarmo-nos. É só para isso que sentamos e conversamos.
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