A Isabel disse-me que me sentiu com menos energia na oração de envio para o Rumos. É verdade. Eu também a sinto. A idade é lixada. Já não é o mesmo frenesim, a mesma garra, a mesma alegria esfuziante. As coisas até se fazem, mas é mais a custo, menos natural. É giro como a idade nos vai moldando. A sensação é que vida vai pedindo coisas diferentes. A dificuldade maior não é aceitar que esse processo está em curso. A dificuldade maior está na gestão desse processo. Entender e fazer entender que as coisas não são como dantes. Nem voltarão a ser. Porque mexe com hábitos - próprios e dos outros - expectativas - próprias e dos outros - compromissos - próprios e dos outros. E quase sempre com a gestão própria posso bem. Difícil é gerir os outros, sobretudo as suas expectativas.
Depois de uma Jornada que, por todos os motivos e mais um, me encheu a medida, estou, finalmente! de férias. Como sempre acontece, ontem fui à missa. Uma igreja pequenina, fora dos grandes centros, predominantemente com avós e alguns netos. No altar, um sacerdote que poderia ser avô, a debitar, solene e profusamente, sobre o que aconteceu na JMJ: a maravilha que é ter tanta juventude reunida, a enorme importância do silêncio - que, segundo ele, os jovens não conseguem fazer (e ele não se calou um segundo!) - a organização da Igreja, capaz de congregar gente de todo o mundo, e sobretudo a centralidade da eucaristia dominical pois sem a paróquia nada se consegue. E termina a homilia assim: vamos rezar pelos nossos jovens, para que eles descubram que é possível a alegria na Igreja. Como se a alegria em que vivi mergulhado na semana passada acontecesse por causa deles e não apesar deles! Confesso que me torci todo com aquela homilia autoreferencial. Como é possível, depois do que vivi, dep
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