20181122
Ali estava eu, diante das 4 pessoas que tinha diante de mim para cantar, a pensar na mais de dúzia que devia lá estar e não estava. E dei comigo a pensar coo dirigir é um trabalho muito solitário. Qualquer que seja a atividade. Qualquer que seja a equipa. Vesti o sorriso, levantei os braços, e começamos a cantar.
Houve fases na minha vida em que não dirigia nada. Era um excelente nº dois mas um péssimo nº 1. Talvez porque nessa altura a minha preocupação em ser gostado se sobrepunha a tudo o mais. A eficácia, a responsabilidade, o trabalho, eram levados a sério mas sempre sob aquele olhar inquisidor: espero que gostem de mim". Á medida que o tempo passa isso vai deixando de ser tão importante. Importa mesmo é que os meus gostem de mim. Sobretudo a longo prazo porque, como pai, também não posso ficar à espera que eles fiquem contentes quando os impeço de fazer algumas coisas. Os outros também são importantes. Muito importantes. Mas já não são decisivos.
Á medida que vou dirigindo - seja o coro, seja as formações, seja as equipas que vou dirigindo - vou percebendo que o respeito é mais importante. Podem não gostar das minhas decisões mas, se forem escutados, se estiverem a par de todas as razões, sobretudo se forem envolvidos nas tomadas de decisões, conseguem respeitá-las, apesar de não gostarem delas. Não gostarão tanto de mim, não o espero, pelo menos, mas espero a lealdade que o respeito pelo trabalho comum merece a todos nós.
Mas dirigir pessoas é uma tarefa que, em determinada altura, implica sempre a solidão da decisão. Posso escutar todas as pessoas, levar em consideração a sua opinião, a sua visão sobre as coisas, mas, na altura da decisão, estou sempre só. Porque apenas assim poderei assumir a responsabilidade.
Talvez tenha sido por causa disso que Jesus se recolhia sempre que tinha que tomar uma decisão importante. Fugia da multidão para pensar, pra escolher, para decidir e entregar a Sua decisão nas mãos do Pai. Ainda me falta isso. Já fujo da multidão, já penso, já decido, mas esqueço-me ainda muitas vezes de confiar a minha decisão ao Pai.
Espero que seja o próximo passo.
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Bambora
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