Todo o evangelho de domingo fala de amar. Não tanto de amor, mas de amar. É muito diferente. Amar implica-me, é ativo, é carne, é dia, é vida vivida, não é apenas uma palavra bonita mas é ação. Á qual se podem juntar palavras ou silêncios, mas tem sempre presença. Que até pode nem ser física, pode estar do outro lado do mundo - na Amazónia, por exemplo - que não perde intensidade, que não ganha racionalidade. Amar não fala a linguagem da possibilidade, mas da inevitabilidade. Eu não consigo deixar de te amar, apesar de, racionalmente, tudo me empurrar em sentido oposto. Amo apesar de mim. Sempre. Das minhas conveniências, do meu interesse, da minha racionalidade. Amo muitas vezes com o incómodo de ter de sair do meu lugar, do meu sofá, do meu conforto, da minha indisponibilidade mental e emocional, porque o abalo é tanto que não importa nada o que eu quero ou o que me é mais conveniente. E quando importa, é sinal que amo mais a mim que a ti, que me ponho no centro do amor, que sou o alvo privilegiado desse amor. E isso não é amar.
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